Por vezes,
consultando o futebol oficial do Porto, nos primeiros campeonatos, encontramos
nos jornais da cidade referencia ao campo Ramalde-A e ao campo Ramalde-B.
Vejamos então
que campos são estes, que tem o lugar e a rua do Pinheiro Manso, por referência
aos factos.
Tudo começa
quando o Académico, clube de Costa Cabral, é criado logo após a implantação da
República. Também o futebol foi o seu destino. Começou a jogá-lo no lugar da
Cruz, talvez num terreno improvisado, ali para os lados do Conde Ferreira.
Talvez pela
precariedade das instalações, um seu apaniguado terá ofertado ao clube um
terreno em Ramalde, onde o Académico se instalou.
Como em 1921,
o clube toma de arrendamento um terreno da Misericórdia na rua da Alegria,
frente ao campo do Luso (o estádio do Lima, inaugurado em 23), o seu campo de
Ramalde ficou vago. Vai daí que alguns jovens se decidam a fazer ali animados
jogos. Mas tal era mal visto pelo (talvez) zelador do espaço, que amiúde corria
com os gaiatos. Foi isso que levou estes a criar um clube, e conseguiram-no.
Nascia (1922) o Ramaldense. “Herdou” assim o campo que fora do Académico, o
Ramalde-A (na altura único campo no Pinheiro Manso.
Entretanto
surge na cidade uma entidade que dá pelo nome de União Cooperativa de Desporto,
e que também se abalança (Novembro de 1930) à criação de um campo de futebol
nos vastos e arborizados terrenos do Pinheiro Manso. Surgia o Ramalde-B.
Foi aqui que
surgiu a necessidade de distinguir os campos, pois ambos não tinham nome, para
além da sua identificação pelo sítio onde ficavam: Ramalde, ao Pinheiro Manso.
Mas em 1945 o
Ramaldense faz obras no seu campo, e decide dar-lhe o nome de Alberto (Silva)
Araújo, um jogador da sua primeira equipa.
Feita a
distinção, também o campo B desaparece entretanto com a extinção da União.
Também o Ramaldense, quase 100 anos depois, haveria de ficar sem o seu campo.
(Os Sports 23
MAR e 12 OUT 1928, pg 2
JN 7 MAR
1931, pg 5)
1 comentário:
O grande e duradouro Ramaldense FC, de que me orgulho ser o seu atual presidente.
Parabéns pelo trabalho.
Um verdadeiro espanto !
Cumprimentos
Joaquim Novais
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