Corria o ano de 1930, e o dia 6 de Julho calhava a um domingo.
Caminha estava em festa, já que se celebrava a festa de Santa Rita de Cássia. Mas também havia razões para outras comemorações, já que o seu clube mais representativo, o Sporting Clube Caminhense, inaugurava o seu campo de jogos.
Ficava na Retorta, onde hoje está um jardim, junto ao rio Coura, na sua foz.
Pelas 17 horas desse dia, saía a procissão em honra da Santa, e às 18 horas procedia-se à inauguração do estádio, já que tinha sido feito com todas as comodidades. Bancadas, camarotes, e vedação. O jogo, que marcou o início das pelejas desportivas, teve como participantes o Sporting Clube de Caminha, claro, e o visitante, ilustre, era nem mais nem menos que o Real Celta de Vigo. Muitos espanhóis presentes, que ajudaram o seu Celta a vencer por 3-1. O árbitro do jogo foi figura de prestígio. Nem mais nem menos que um homem de família muito ligada à implantação doo futebol em Portugal. Mário Duarte, à altura cônsul português na cidade fronteiriça de La Guardia.
A memória hoje está diluída, e o local, elevado entretanto, foi transformado em jardim. O campo agora existente fica lá para o Camarido, e chamam-no de Morber. Também é história curiosa, que a seu tempo se contará.
Como complemento à nota, saliente-se que este ano de 1930 foi marcante em Caminha, pois, após a inauguração do estádio, também a ponte sobre o Coura foi aberta ao trânsito, após 10 anos (!) de interrupção. Recuperada, deixou de se passar para a outra banda pela ponte de Vilar de Mouros.
(notas respigadas do Aurora do Lima, jornal desde o século XIX, de Viana do Castelo)
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